Os Lados da Culpa

A garoa fina caía devagar

mas o vento sempre intenso a arrastava em todas as direções.

O frio estava agradável.

As estações já se encontravam vazias.

E nada poderia ser feito a não ser aceitar

que mais uma vez você não seria correspondido.

Do outro lado do ponto de vista.

Notava-se outro coração despedaçado.

Talvez um desconhecido

Ou somente alguém nunca reconhecido.

Desencontros de entendimentos.

Intenções confusas.

Atitudes desastradas.

Palavras impulsivas.

Mais uma vez você assumia dois papéis simultâneos.

A ilusão do protagonista sem dor.

E o ilusionista secundário sem pudor.

Culpado por se iludir.

Culpado por iludir.

Ocupado por suas fantasias.

Desocupado de esperanças.

Você só segue em frente...

Na reflexão, murmura:

"Quando será diferente?

Se o próprio agora era pra ser o 'daqui pra frente'?"