DESABAFO


Alma repartida, ah! crueldade...

perdida na imensidão voraz,

envenenada com o fel da falsidade,

aparição que não verei nunca mais.

Por trás do véu do anjo se escondeu,

com palavras adocicadas perspicaz,

senhor do baluarte da inverdade,

descanse se puder ainda ter paz.

Pobre ser que o amor jubila,

palavras mentirosas lança ao ar,

brincando de amar faz leve a vida,

um coitado que a vida faz levar.

Contudo vale à pena um conselho,

se não for pretensioso dar,

mais vale uma amizade sincera,

pautada na mensagem verdadeira,

que doces momentos de quimera,

rastros feios de uma existência inteira.







Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 20/09/2007
Reeditado em 21/04/2008
Código do texto: T661387