A Esperança


A esperança
Era uma menina distraída
Que ela trazia em um balanço
Que pendia da ponta do dedo.
 
Se a noite escurecesse demais,
Ela a observava,
Agoniada,
Numa tentativa
De espantar o medo.
 
Abria a janela,
Olhava as vielas vazias
Das respostas que queria.
 
Um gato de rua miava,
Acordando o luar,
Encomendando o dia.
 
Ah, solidão enviesada,
Tristeza aprumada
Que ela mesma escolhia!
 
Enquanto a esperança balançava
Na ponta do dedo,
Disfarçando o medo,
Ela mal sorria...



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 08/05/2019
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