Retratos da alma
Não cantarei a beleza das flores,
nem mesmo cantarei os ruídos do mar,
que já tanto me encantaram e roubaram versos.
Cantarei à rosa triste, solitária.
Esta cuja beleza se esvaiu,
cuja vida morreu,
cuja esperança feneceu.
Cantarei à pobre pétala
que outrora nascente brilhava ao desabrochar,
mas hoje contempla o solo,
sem vigor, sem nutriente, sem ar.