Melancólica agonia
A dor incessante
Arrancarei do meu peito todo o sofrimento
Darei todo meu sangue em suas mãos
Rasgarei o silêncio com gritos estrondosos,
Direi tudo que guardo no fundo do meu coração
Todo o sofrimento escancarado,
Minha carne exposta e dilacerada para o público
Mostrarei o verme que se aloja em meu corpo
Os demônios que escondo por trás dessa carcaça podre
O cheiro fétido de minha dor
Mostrarei meu inverno, meu coração gélido
O nevoeiro que assola meu coração
A ventania que derruba e arrasta minha felicidade
A tempestade que molha minha face
O frio que abraça meu corpo e fragiliza
Com tudo que resta da podridão,
Entregarei em suas mãos meu coração
Com todas as gotas da tempestade que derramei
Cada sangue derramado de minhas feridas abertas
Mostrarei toda minha verdade,
Rasgarei em desespero minha pele
Mostrando o oculto e obscuro
Todos os estilhaços de meus ossos de vidro
Entrará em meu lar lúgubre.