A Outra Margem

Ainda que nossas freqüências fossem semelhantes

Puras e ou abstratas

Apenas uma não te criaria

Fervor que te leva a alimentares teus pecados

Pobres, divinos

Que te têm nas veias e nelas tu permaneces, tu engrandeces.

Cor de espingarda, bala de maníaco

Fura, tinge, entope

Como um arrombamento das células-mãe

Tua dor de renascença

Ainda que eu gemesse e contigo transbordasse

Tu serias meu veneno

O meu amante em gelo, em líquido, tom vermelho

Balança e te lança no rio a cantar

Estremece no entardecer dos olhos teus

Da tua pele, do meu abafo

Crédulos, passo a passo.

Ainda que eu rimasse os mais belos versos

Te faria sofrer ebulição

E depois tu me expulsarias.

Poesia baseada na música de Renato Russo, Monte Castelo.

Nicole Pozza
Enviado por Nicole Pozza em 26/09/2007
Código do texto: T669914
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