Morte da inocência
Asas feitas do mais belo entardecer
Luz que irradia na escuridão
Coração feito dos mais belos lírios
O doce tom de sua voz excede ao doce néctar das flores
Suas mãos sedosas feitas de misericórdia,
Arrebatando toda a malignidade
Seus braços ardorosos,
Afasta com veemência todo o desalento
Suas asas foram feitas de tapetes aos espíritos malfazejos
Retalhadas com muita ferocidade,
Manchadas com a mais pútrida perversão
O odor fétido da dissimulação exalando de seus pés
Os chicotes rasgando sua pele aveludada
Seu sangue escorrendo por todo seu corpo exposto
Aceitando cada pancada em silêncio
Sentindo a dor cravando em seus ossos
Suas mãos sujas de sangue suplicam clemência
O pranto silencioso se mistura ao líquido puníceo
Rejeitando a si mesmo, desejando o perecimento
Relutando ao seu destino,
Seu corpo abatido se esvai.