Vida de Versos

Era uma vez um menino franzino e solitário

Quando criança era quieto e calado

Criado por pais adotivos que muito lhe amavam

Caso não fosse o divórcio

Não tinha conhecido uma mulher que lhe ensinou tudo

Seu nome era Maria, ela era seu mundo

Seu pai era Jose, o grande Zé!

Homem grande de muitos ensinamentos

A quem assim como maria lhe deu tudo

Inclusive uma cota infinita de amor

Tão sublime foi a infância naquela casa que esqueceu ali qualquer dor!

O menino foi crescendo

Amigos demais foi tendo

Paixões arrebatas pelo vento

Delírios de amores nunca correspondidos

Chegou até a querer ser padre por tamanha decepção que tinha sofrido

Mas tudo foi uma fase

E assim como o inverno e o outono passam

Tão logo foi embora aquela época há muito passada

Anos depois sendo só lembranças da sua turma amada!

Os amigos continuaram e foram aumentando

A poesia surgiu como cartas sempre entregues sem assinatura

Mas com o tempo se enraizou e não saiu mais do interior

Quando não estava se divertindo com os amigos ali sem pudor

Estava escrevendo sobre a vida, o universo e o amor!

Escrevia até bem, só mostrando os poemas aos mais chegados

Mesmo crescendo, tinha vergonha de muitas coisas

Tinha medo de pelos companheiros ser caçoado

Com o passar dos anos foi perdendo a timidez

E até uma conta no Recando das letras ele fez!

O menino foi virando homem

Aos dezessete o primeiro beijo sério

Mesma idade que começou a beber

Faltava as aulas não mais para jogar videogame,

Agora era para beber com os amigos e filosofar sobre coisas que não sabia nada e tinha muito a aprender...

Aprender sobre o amor

Aprender sobre viver

Aprender sobre responsabilidades

Aprender sobre o futuro

Aprender sobre os estudos

Aprender sobre as relações sociais

Aprender sobre a sociedade

Aprender muito tempo depois que tudo era complicado e que o menino tinha crescido junto naquele corpo de homem

E por ter uma mente de menino ia sofrer demais errando aos montes!

O primeiro namoro veio aos dezenove

Embora fosse só desculpa para esquecer outra

Ele gostou demais e no fim se decepcionou

Foi traído e terminou

Nessa mesma época fez o seu primeiro cartão de crédito

Mal sabia ele que era uma cilada para o endividar

Para o afundar no mar do Serasa e o encher de revistas e outras coisas sem sentido, sem nexo!

Na mesma idade entrou para faculdade

Por decisões estupidas e falta de esforço e vontade

Está lá até hoje

Tentando criar forças para se livrar de um curso que já amou tanto

Mas que hoje tenta terminar apenas pelo diploma que o pai sempre questiona

Os amigos que eram muitos

A maioria se vê longe pelos compromissos de ser um adulto

Embora quatro deles nunca deixou de falar por tanto os amar

Seus nomes ficaram gravados em seu coração

Igor, Eberty, Diego e o Rodrigo Tubarão

Meus melhores amigos

Meus camaradas, meus irmãos!

De volta a terceira pessoa

De novo ele namorou

A conheceu aos vinte e um

Mas o sim do pedido de namoro só veio aos vinte e três

Lá foi ele tentar ser feliz mais uma vez!

Nessa mesma fase começou a trabalhar

Não conseguindo fazer tudo junto

Faculdade, namoro e trabalho o afundaram

Tentando ser um bom funcionário ele deu seu sangue

Sendo o mais fiel dos namorados ele a amou sem escalas e ainda a ama

A faculdade atrasou com força e as contas como dito antes

Fugiram do seu controle e tomaram proporções alarmantes

Mas ele sempre acreditava que iria sozinho dar um jeito

Resolver tudo a seu modo sem incomodar seu pai que tanto tinha respeito

Mas no final o namoro ficou a distancia

A faculdade ainda cursa e parece ter um fim distante

O pai se decepcionou consigo várias vezes

Já lhe salvou do fundo do poço em três momentos

Três dividas que pagou e se endividou pelo filho que só lhe causa decepção e sofrimentos!

Hoje aos trinta trabalha e ainda estuda

Vê a namorada uma vez por mês

Ainda mora com os pais e se sente um fardo para eles

Pensa em casar

A vida fazer andar

Mas a falta de planejamento o acorrenta

Mesmo quando planeja se ferra e só lamenta

A poesia nunca o abandonou

Apenas de tempos em tempos fica adormecida

Então quando bate a explosão de sentimentos ela acorda

Vem correndo ser uma derradeira acolhida

Antes rascunhos escritos no caderno

Hoje de todas as formas digitados sem pressa estão seus versos...

Já teve vontade de se matar

Já pairou diversas ocasiões em mares de depressão

Já chutou o balde tanto que o perdeu

Já chorou tanto no fim da noite que adormeceu

Já fez tantas promessas quanto as quebrou

Já se iludiu sonhando contos de fadas e frustrado acordou

Já se viu fazendo escolhas que não queria para não magoar os outros

Embora todos já o magoaram e ele já os perdoou...

No fim é apenas causa e feito

Ação e reação

Ele agora vivendo o mundo de todas as suas escolhas e ações

Tentando atualmente usar mais o celebro e deixar mais de lado as emoções

Para quem sabe não virar o jogo nos acréscimos do segundo tempo

Por que não?

Porque se a vida é um jogo, o game over só chega no fim

As coisas não poder terminar assim

Para um poeta, escritor, romancista, técnico de informática, estudante, amante do cinema, entusiasta das ideias, aspirante programador, empreendedor da vida, eterno sonhador...

Porque a vida é desse jeito

Só se aprende apanhando, levantando e tentando de novo e de novo até descobrir o segredo

Que é como continuar na terra sem ser apenas uma estatística, mais um número inteiro.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 29/07/2019
Reeditado em 29/07/2019
Código do texto: T6707747
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