Eu, Filho da Noite
Eu
O filho da noite
Sobrinho da lua
Neto da madrugada
As sombras com quais eu converso
Dizem-me coisas que não entendo
Eu, solilóquio na visão dos outros
Mas amo a escuridão
Não aquela que me fere
Ou aquele vazio escuro no meu peito
E sim aquela que eu vejo
Não posso tocá-la
Senão iria querer abraça-la
Agradecer por ser um dos meus sentimentos
Ela é a minha poesia
A amiga eterna
A lua brilha e expande meu pensar
Me faz olhar e questionar
Contar e somar
Os quadros e tudo que observo
De tudo ela me serve
A noite que vêm até mim
Dorme na palma da minha mão
Pensa juntamente comigo
Traz-me o silêncio preferido
O barulho que ouço todo dia
Não dentro de mim
Que estouraria os ouvidos
De quem os ouvisse
Mas o silêncio que vejo
E sinto
A bela paz interior
Do meu coração
É ela
A noite
O silêncio
A escuridão
A minha melhor amiga