AGORA É TARDE
Arrependo-me tanto
Por chegar tão tarde
E tudo tão composto
Como se era se desfiassem de um manto
Como um fogo que arde
Lentamente em tardes de agosto
Desespero-me ao ver durar o pranto
De mães e filhos em alarde
De guerras, choros e desgostos
Sofro ainda por saber que o tempo
Continua o seu fuir constante
E os homens seguem a gosto
Arrependo-me tanto
De não me ter tirado a vida
E apagar o que existe comigo
Mas alegro-me entretanto
Num sorriso, ironia de fugida,
Ao saber que melhor não consigo.