Poema – Olanzapina

Poema – Olanzapina

‘’ Em um mundo devastado

pela cegueira dos homens

Uma alma forjada

no ódio e na dor

foi condenada a solidão

Rasgando o ventre da sua

própria mãe

Transformou o seu amor

em lágrimas nos seus olhos

Afinal,

o que são as lágrimas?

para um homem que matou

sua própria mãe’’

Eu sou esta maldita criança

e venho matando todos

aqueles que ousam

declarar o seu amor por mim

Não possuo desejos

ou ambições

sou um escravo

da perversão dos deuses

Enquanto eu caminhar

por este solo sagrado

com os pés cheios de feridas

Continuarei trazendo ao mundo

miséria e sofrimento

- Ainda não perceberam?

que eu só quero ficar trancado

em meu quarto

Encarando estas janelas vazias

que refletem a imagem do meu

corpo enforcado no banheiro

- Ainda não perceberam!?

que todo o sofrimento que

assolam as suas vidas

se iniciou após o meu nascimento

- Afastem de mim

estes medicamentos!

- Afastem de mim

estes malditos psiquiatras!

- Acham mesmo que eu posso

ser salvo?

- Já se perguntaram alguma vez

se eu quero

ser salvo?

Vocês só querem se sentir

bem consigo mesmo

E ganhar a recompensa do seu

deus maldito espalhando mentiras

dobrando seus joelhos

Se o amor que sentem por mim

é verdadeiro e puro como

a estrela da manhã

Então,

por que vocês fogem

para longe de mim?

Quando eu demonstro

o meu verdadeiro rosto

- Estas cicatrizes

te assustam?

O que veem em meu corpo

não é nada

comparado com as marcas

que carrego na minha alma

- Podem gritar e dizer

que sou um homem doente!

'' - Prendam-no em camisas de força

- Roguem por sua alma infeliz''

Quando vocês vão perceber?

que eu não quero ser salvo

Eu só quero matar o monstro

que vive dentro de mim

para renascer como um escravo!

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 19/09/2019
Código do texto: T6749073
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