Lástima
Queria ser levado pelo vento
Jogado ao relento
Punido por meus erros
Julgado por meus crimes
Peço perdão a todos que já machuquei
Nunca foi minha intenção
Se assim entendeu
Aceito sua sentença
Atire-me quantos pedras desejar
Até que meu sangue alague este lugar
Recolorindo com uma ironia mórbida
Que só eu consigo enxergar
Lance-me insultos e pragas
Não nego que mereço,
Mas reflita por um momento
Também tenho sentimentos
Mesmo que absurdos e incompreensíveis meus erros
Tento conviver com eles da melhor forma possível
Quem dera fosse fácil corrigí-los
Minha vida seria um paraíso
O avanço do tempo
Só revela a constante debilidade de minha alma
Que se degrada e enfraquece
A cada momento perdido
O brilho das coisas já emaneceu há tempos
A alegria me abandonou há anos
O vazio desse receptáculo
Já é quase impossível de preencher.