LAMENTO DE UM ÂMAGO LÔBREGO

Num dia o tempo rasteja ferido.

Sangrando, insiste em correr lento,

fenece sob a angústia.

Seu corpo tórpido, impalpável paira.

Instaura-se o medo, o tormento.

Noutro, dispara distante a anos-luz,

levando consigo a esperança na urna,

calando o canto do tordo.

Abandona entre anseios lúgubres,

em estado tétrico, a criatura soturna.

Eis o desejo ébrio em pôr termo

à jornada incomensurável do horror!

Eis o fim do absurdo!

O desenlace odiosamente frio

de uma alma claudicante em dor.

Natan Batista
Enviado por Natan Batista em 12/10/2019
Código do texto: T6767923
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