''PAIS E FILHOS''
Eu vi o mundo cinza
Nos olhos daquela mulher
Chovia dentro daquela alma
Era uma tempestade forte
Que a maltratava
Um vento barulhento
Jogando ela pelos cantos
Sem rumo, ela seguia o balanço
Até lugar nenhum...
Aquela alma estava ferida
Corroendo a mente
Daquela pequena menina
Talvez, uma futura suicida
Não cortava os pulsos
Mas chorava baixinho todo dia
Desejando o beijo da morte
Cansada dos furos da vida
Havia hematomas internos
Estresse, dor, regresso
Um passarinho enjaulado
Mãos algemadas
Há um destino
Indesejado
Era tão bonita
Que ninguém
Ninguém percebia
Sua aparência omitindo
Sua carência
Sua carência de amor
Uma rotina
A castigando
Ela clamando
Mãe e pai faltando
Ninguém escutando
Ela implorando
Ninguém intercedendo
Peço ao senhor dos poetas
Um final feliz para esse poema
No desatento desse enredo
Ela se jogou da janela do quinto andar
Isso me faz lembrar
Um velho homem que dizia
É preciso amar
Sim
Era preciso
Era preciso alguém amá-la...
Em homenagem a Natália e seu grave problema com seus pais…