ingratidão

N’alma venerável, amante insigne

De sangue vertente em rubras lágrimas

Que fere o peito feito em argúrias

Destinado a morrer tão lentamente…

Rubescente espasmo de ternura

Púrpura e escarlate força inebriante

Entorpecente, veneno delirante

A viscejar no íntimo do exânime

Porquê de tantas desventuras

Incólume executa o infortúnio

A delirar no mosto plenilúnio

Da escura noite de açucena…

Feres em dores não contidas

Amainando as penas escondidas

Num recôndito âmago enegrecido

Não sente a comoção do desvalido

A ver-se em palpos escorrentes

Não vê, não vibra, não cala, consentes...

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 04/02/2020
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