TORMENTO

Este tormento que tomou conta de mim,

Não me deixa, é um dilúvio de lágrimas,

Que derramo por não te ter comigo aqui,

Sensação de me afogar num mar revolto.

Nunca tive sensação igual, esta é única,

É amarga, sabe a sal, não me abandona,

Dizes-te de mim amiga e senhora dona,

Ao exagero de te disfarçares com túnica.

Nem te implorando me queres beijar,

Teus lábios são frios e muito pálidos,

Deixaram de ser doces e rosados,

Passaram a ser assim crucificados.

Desgosto o meu não te convencer

A amares-me a sério, seres abrigo

Onde eu me refugiasse do granizo

Que cai agreste sem o poder conter.

Amar é cruel, tão amargo como fel,

Não nos poupa, é assim vingativo,

Sem nunca saber porque motivo

Desempenha tão grotesco papel.

Ruy Serrano - 08.02.2020

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 08/02/2020
Reeditado em 08/02/2020
Código do texto: T6861542
Classificação de conteúdo: seguro