MELANCOLIA
Aos poucos vou morrendo
Nessa agonia
Os dias se tornaram mais amargos
Confusos e sem harmonia
Várias dores atacam o meu indefeso coração
E sugam a cada dia que passa
A minha sensibilidade e emoção
Pelas coisas mais alegres desta nação
Queria poder mudar o mundo
Em minha volta
Trazer os bons momentos perdidos
De volta
Abrir-me e partilhar as minhas angústias
A crueldade do mundo
Suga-me a confiança
E a cada dia fico sedento por vingança
O ar tornou-se excasso e venenoso
Pela raiva que vem subindo como um vulcão teimoso
Que me arrasa e me deixa sombrio por dentro
Minha alma já está cansada
E meus olhos sentem o sono da morte
Pelo sufocante fardo, que meu corpo já não suporta
Num vazio solitário, sinto os silenciosos passos do azar
Querendo arrancar a minha pouca sorte
E sinto que para mim, nada mais importa
Não sinto mais prazer na vida
Pois quem sobreviveria nesta ausência de afeição?
Palavras duras e sem compaixão
Ou a cada insana traição
Quem nadaria contra às correntezas da descriminação?
E quem me salvaria dessa vemente maldição?
Poderia vender-me ao suicídio
Ou jogar-me no posso da escravatura
Para apagar cada memória obscura
Mas com a vida aprendi
Que nada é sem preço
E o ombro dum amigo
Pode limpar o espírito
E trazer de volta a paz que se perdera