Desesperança

Eu sinto o mundo dissipar

suas faces de pranto e dentes

em carne e sangue e ossos frágeis

tão ácidos, rasgam e mentem

Pressinto não estar contigo

como te jurava um dia antes

do globo todo se for enfim

mal apego e recolho o restante

e já me parte em mil pedaços

Penso nas pessoas que mudam

quando se afastam adentro a geada

são sombras inertes em alegoria

sorrindo de maneira desleixada

Podemos ressurgir pós cinzas?

Podemos mergulhar mais fundo?

Podemos viver sozinhos?

Sara Melo
Enviado por Sara Melo em 07/04/2020
Código do texto: T6909028
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