Quando Invade a Amargura

Quando invade a amargura

M’nha alma se evola ao além,

No alvoroço do pobre coração.

Quando invade amargura,

Se atordoa a mente na confusão

Do existencial.

Volatiliza-se a trajectória da vida

No mar dos pensamentos sem forma

Nem rumo.

Meu orgulho ainda adolescente é um

Tédio que se derrete perante

Adversários traiçoeiros

Que expiam o ápice crucial

Para me derribar.

A grandeza espalhada da minha humildade

É a razão do embuste dos meus inimigos

Que ainda, abalado,

Não cessam de me apedrejar.

Qual Canoa imóvel sobre calemas,

No quebradiço de lemes fixos

Nas mãos dos homens nus,

Navegando sobre os perigos

Do mar das incertezas.

De repente, o farol aceso

No horizonte,

Configura a natureza objectiva

Na lucidez mental.

Um farol, uma luz,

Um conselho amigo, um retorno à vida,

Com a mão suavizante

E reconfortante do Criador,

Quando Invade a Amargura.