AOS PERDEDORES

A sensação de estar morrendo sempre me foi muito nítida

A ansiedade incandescentemente implacável

É como um magma dilacerando cada centímetro do meu corpo

Ela acelera o meu encontro funesto

Com o barqueiro que da outra margem do rio me espreita

Os dias de prosperidade

Outrora aguardados com entusiasmo e esperança

Finalmente chegaram

Mas são tão tristes e sombrios

Quanto à casa das almas perdidas

A estagnação, o azar e a imbecilidade

São ingredientes sutilmente nocivos

Corroem lentamente a vida

Daqueles que se deixam consumir

O tempo arrasta tudo sem pedir permissão

E a existência é curta demais

Se, se levar em conta tudo que se pretende

Horas perdidas iguais a essa...

Dedicadas à contemplação do fracasso

[rh.12.10.07.20:55]

Ricardo Henrique
Enviado por Ricardo Henrique em 12/10/2007
Código do texto: T691911