AOS PERDEDORES
A sensação de estar morrendo sempre me foi muito nítida
A ansiedade incandescentemente implacável
É como um magma dilacerando cada centímetro do meu corpo
Ela acelera o meu encontro funesto
Com o barqueiro que da outra margem do rio me espreita
Os dias de prosperidade
Outrora aguardados com entusiasmo e esperança
Finalmente chegaram
Mas são tão tristes e sombrios
Quanto à casa das almas perdidas
A estagnação, o azar e a imbecilidade
São ingredientes sutilmente nocivos
Corroem lentamente a vida
Daqueles que se deixam consumir
O tempo arrasta tudo sem pedir permissão
E a existência é curta demais
Se, se levar em conta tudo que se pretende
Horas perdidas iguais a essa...
Dedicadas à contemplação do fracasso
[rh.12.10.07.20:55]