SOZINHA

Posto que o olhar entristeceu
Verteu - teceu
Um lento pranto
Descompôs o encanto
Que até então havia.
Posto que a poesia
De amor perdeu fulgor
O matiz
(Não porque ela quis)
Virou saudade
Mesclada com decepção.
Posto que acreditou
Se desnudou
Compartilhou sua intimidade
Com quem não mereceu
Que ascendeu
Primaveris utopias
Previu uma via de luminosidade
Mas se viu mergulhada no breu.
Posto que tomou uma decisão
Caminhará sozinha
Tronco que se esfarinha
No tempo de perdição
Regerá a dor
Em tom descompassado
E mais nenhum desgraçado
Pisará no seu coração.

 
DELEY
Enviado por DELEY em 27/05/2020
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