NOITE

Em cada árvore morta de pé;

Uma lágrima de folha escorria;

Pelo galho putrificado pela tristeza;

De seres tu a terra em cupim.

Tu bem sabias do vento que me envolvia em amor por ti;

Não fizestes nada para me arrancares como fruto d'árvore;

Que o saciava de alimento para não pecares, fizestes!

Ó céus, Por que de mel eu te dava em alimento?

Ah! Hoje estás tu condenado a viveres nas sombras;

Porque em fel se transformastes, e adocicas a morte;

Pela dor que me causastes quando eu não esperava!

O limbo encrustado nas tuas entranhas, te fazes muito mal!

E, hoje, percorres o labirinto angustiante da tu'alma em desespero;

Por estares louco, fustigado em morte por entre as árvores do bosque.

Por mais que tu queiras o nascer do dia em sol, não haverá luz;

Pelo bosque deserto atravessaras paralisado em raiz n'areia;

Sempre a lembrares da noite em céu, por teres teres teus dias;

Plantado em árvore plantada na angústia do teu tormento, a dor.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 13/06/2020
Código do texto: T6975961
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