Sabedoria

O tempo faz a hora
que faz a vida, os cabelos nevarem.
O momento da validade.
As mãos se conclamam.
Existe um rumo só.
Os olhos se cruzam.
Fica no ar uma súplica.
O abandono é o temor
no risco que marca o tempo.
O corpo esguio curva-se
à reverência quase que forçada,
pedida pelo mundo.
O caminhar transcorre lento,
a cabeça se volta para trás
buscando fatos, imagens,
vazios, lacunas não preenchidas,
amores que formaram, fizeram
talvez, uma ou mais histórias.
Exemplos, experiências, descobertas,
só agora gritam, explodem
quando há um crepúsculo,
o ocaso das nossas luzes.
E a vida, esta forma estranha de se aprender,
de ver, perceber fatos, momentos, coisas,
em finais quase que sombrios.
É inexplicável o existir e suas razões,
como também o ser humano
que passa sua existência em buscas,
procuras sempre vãs.
É inexplicável que tudo pare aqui,
apenas porque a neve chegou
e o mundo pede reverência,
até que haja o jugo final,
pois tudo não passou de uma fuga
sem razão, alheia a própria vida
numa procura ressonante
ao espaço vazio, chamado de vida.