A capa e a Pele
Ela não estava em sintonia com ninguém
Acordava cedo demais enquanto todos adormeciam suas manhãs
Trazia no peito um poço de muitas tristezas
Saudades e incertezas
Inexplicáveis até para si
Chovia através de migalhas e
Por sua própria culpa
Sua benevolência
Pela sua permissão
Uma auto punição incandescente
Velada
Por vezes a alegrava o Sol
No entanto as palavras... as cortava mais
Existiam rédeas na selvageria da sua alma
Barreiras na sua impetuosidade
Por vezes o cessar do fremir do vento a mecanizava
Deixava-se ficar inerte
Sem saber o "por que" e o "como" das coisas
Olhos pairando gélidos no horizonte
Eram duas afinal
A que sabia as repostas e friamente levantava
Vazia tomava o controle
Resolvia questões
E aquela que saudosista com um cheiro de café
Poderia sorrir
Ou desmoronar um castelo por inteiro
Eram duas afinal
A capa e a Pele de um ferido animal