A capa e a Pele

Ela não estava em sintonia com ninguém

Acordava cedo demais enquanto todos adormeciam suas manhãs

Trazia no peito um poço de muitas tristezas

Saudades e incertezas

Inexplicáveis até para si

Chovia através de migalhas e

Por sua própria culpa

Sua benevolência

Pela sua permissão

Uma auto punição incandescente

Velada

Por vezes a alegrava o Sol

No entanto as palavras... as cortava mais

Existiam rédeas na selvageria da sua alma

Barreiras na sua impetuosidade

Por vezes o cessar do fremir do vento a mecanizava

Deixava-se ficar inerte

Sem saber o "por que" e o "como" das coisas

Olhos pairando gélidos no horizonte

Eram duas afinal

A que sabia as repostas e friamente levantava

Vazia tomava o controle

Resolvia questões

E aquela que saudosista com um cheiro de café

Poderia sorrir

Ou desmoronar um castelo por inteiro

Eram duas afinal

A capa e a Pele de um ferido animal

Mayara Dias
Enviado por Mayara Dias em 01/08/2020
Código do texto: T7023005
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