Uma tarde de primavera comum

Estou sentado em nosso banco preferido

Agora é o meu banco preferido

O café é tão amargo quanto estar sozinho pela primeira vez na primavera

“Você precisa diminuir o açúcar”, sorri gentilmente

Como tudo o que era e já não é mais doce

Engulo como qualquer outro remédio

A nossa foto revelada agora revela tudo o que já não existe mais

Em outras épocas

Épocas de café doce e juventude

Por que você e não eu?

E por que seria eu?

O amor pela vida não é um ticket de imortalidade

Restaram flores e cinzas

A ironia do final é estar banhada em margaridas

Eles não a conheciam e ainda sim choram

Com seus arranjos petulantes

“O senhor gostaria de uma xícara de chá?”

É, talvez caia bem.