Pé no chão

Nem toda palavra liberta

Nem todo grito é desespero

Nem tudo que é frio é mórbido

Nem tudo que é negro é vazio

Nas plumas da noite meu cavalo negro flutua

Sentindo o lixo que deleita a humanidade

Prisioneiros da morte e escravos do vício

Talvez seja melhor abandonar a alma

E viver só no corpo sujo e podre

Renegado pela dificuldade de sentir-se pleno

Alimentando os defeitos do desejo

A vagar pela terra como semente.