Perdição
Mais uma vez sozinho
Mais uma história pra contar
Por que a flor que me acenou no caminho
Não era minha
E eu não pude parar nem pra cheirar
Mais um “por que” pra me assombrar
Menos uma história pra escrever
Amor atemporal
Mais um vazio pra tentar preencher
Não a magoei
Não negligenciei
Nem tive tempo pra isso
Mal decorei seu sorriso
Eis a hora em que o poeta se perde
E o palhaço engole seco
A lágrima que teima em rolar
É por bem que a tempestade ora ou outra acaba
A caneta calada
A lona baixada
A luz apagada e o cigarro aceso
Uma jaca no estomago e o coração preso
Nada distrai, nem mesmo o medo
Que há muito não vejo
Espreitar os meus portões
A morte entre os meus dedos
Desenha no ar um segredo
Que guardo a ferros em meus porões
O quanto posso ir além
Tendo chegado até aqui
Mas como seria melhor
Se estivesse junto de ti