Terapia

Uma parte de mim escureceu

Mergulhou em algo profundo

Há dias em que sou preto e branco

Noutros opaco apenas

A televisão há muito perdeu espaço

Jornais e revistas pesam toneladas

Creio ser doença moderna

Dessas que se cura com papel, caneta e divã

As conquistas alheias não me comovem

Ao contrário, elas são como dias cinzas

Nuvens densas com ameaças de chuva

E a eterna vontade de deitar, dormir

Por dentro sinto medo

De ser o fim,

Mas gosto disso

Essa sensação de fracasso

Dita o ritmo dessa valsa-morte- lenta

O ser gelado que em mim habita

Fez do mundo ao meu redor

Um palco para meus experimentos

Fez renascer a alma de um homem

Hoje consegui abrir os olhos

Não reconheci o meu reflexo n'água

Talvez eu tenha perdido a fé

Deixei de ser humano e morri

Dario Vasconcelos
Enviado por Dario Vasconcelos em 10/12/2020
Código do texto: T7132258
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