VÃO

Ter meus espaços

Repletos de nada

Ausência de um ser que era tanto

Hoje assim me espanto

Com a aspereza do tato.

Não me conduz

Não faz vibrar

Deixastes fugir as borboletas que sentia agitar por dentro?

Sinto-me escorrer sedenta

Sinto-me tua presa

Que pode ir

Mas não quer ou não pretende

Nunca pensei dizer-te adeus

Se quando te vi

Fitei teus lábios

Desejei-os nos meus

Nunca pensei dizer-te adeus

pois quando mais te tive

Mais te quis

Não, não imaginei amar assim

Muito menos ver chegando ao fim.

Maria Mariane
Enviado por Maria Mariane em 27/12/2020
Reeditado em 27/12/2020
Código do texto: T7145191
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