CARTOLA
Se fagote falasse onde não existe,
teria um chão onde se planta a impertinência,
que insiste em ser gigante, mas é voz distante.
Lá onde o sol vai sumindo sem cerimônia,
se ri de tanta incredulidade a respeito do fim.
Se alguém perguntou da volta,
para essa casas equilibristas do morro,
de imediato as notas sufocam, e ainda assim,
resvalam atrevidas até dar no asfalto.
Isso que foi sem nunca ser imenso,
é o suor que varre a ladeira do cansaço.
É a intuição da travessia de batuques bárbaros,
feita poesia em estado de contemplação.
Precisa-se andar.