CARTOLA

Se fagote falasse onde não existe,

teria um chão onde se planta a impertinência,

que insiste em ser gigante, mas é voz distante.

Lá onde o sol vai sumindo sem cerimônia,

se ri de tanta incredulidade a respeito do fim.

Se alguém perguntou da volta,

para essa casas equilibristas do morro,

de imediato as notas sufocam, e ainda assim,

resvalam atrevidas até dar no asfalto.

Isso que foi sem nunca ser imenso,

é o suor que varre a ladeira do cansaço.

É a intuição da travessia de batuques bárbaros,

feita poesia em estado de contemplação.

Precisa-se andar.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 26/01/2021
Código do texto: T7169511
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