O gosto da dor

Gosto da Angústia profunda, gosto da dor que corre nas minhas veias, que pulsa no meu coração.

Gosto das feridas abertas que insistem em não cicatrizar, da dor na alma que demora passar.

Gosto das verdades verdadeiras, dos amores que se foram, dos amores que estão por vir.

Gosto daquele dia angustiante, cansativo que chegou ao fim.

Gosto dos furos na alma, dos vazios no peito, das rupturas na pele que se insistem em se fazer imortal.

Gosto de gente simpática, gente que não se submete a não sentir o que tem de ser sentido.

Gosto do que se faz impossível, do que se faz inacessível, do que é lindo de morrer.

Gosto dos motivos que a vida faz-me levantar da cama, dos motivos que me faz deitar de novo, do que é dolorido.

Gosto do beijo do meu pai, do beijo da minha mãe, do colo da minha avó, do abraço do meu irmão.

Gosto de literatura, pedagogia, psicanálise, história, filosofia…

Gosto do que parece ser desafiador e impossível, daquilo que me desafia a continuar.

Gosto de escrever como um meio de viver, de ler como um meio de desejar.

Gosto daqueles que me fazem desejar o desejo mais ainda, da solidão que me faz (de alguma forma) libertar-me. Gosto da famosa solitude.

Gosto do mar, das ondas batendo, do cheiro da brisa, do sal na ferida, de estar de frente ao mar as 06:00 horas.

Anônimo
Enviado por Veneno de Menina em 31/03/2021
Código do texto: T7220659
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