O CÃO
O CÃO
Na madrugada silenciosa e seca
De ruas vazias
Coração em aplasia
Cabeça em ebulição
Surge o pequeno cão
Abandonado a própria sorte
Procura alguém que o conforte
Da desdita por alguém cometida
Caminha a meu lado desorientado
Parece estar com sede e mal alimentado
Desvio o caminho e vou até o posto
Dou-lhe água que bebe com gosto
Na conveniência compro uma ração
Que come com sofreguidão
Em seguida sai correndo
Perco-o de vista em momentos
Onde quer que vá
Espero encontre abrigo
Com alguém amigo
Que não o abandono
Já que vida sem amor de dono
É madrugada vã
Sem um amor na manhã