O CÃO

O CÃO

Na madrugada silenciosa e seca

De ruas vazias

Coração em aplasia

Cabeça em ebulição

Surge o pequeno cão

Abandonado a própria sorte

Procura alguém que o conforte

Da desdita por alguém cometida

Caminha a meu lado desorientado

Parece estar com sede e mal alimentado

Desvio o caminho e vou até o posto

Dou-lhe água que bebe com gosto

Na conveniência compro uma ração

Que come com sofreguidão

Em seguida sai correndo

Perco-o de vista em momentos

Onde quer que vá

Espero encontre abrigo

Com alguém amigo

Que não o abandono

Já que vida sem amor de dono

É madrugada vã

Sem um amor na manhã

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 08/06/2021
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