SEMÁFOROS

SEMÁFOROS

Semáforos aos montes

E não há um

Em que um pedinte não desponte

Perdidas esperanças

Velhos jovens crianças

Agigantando-se no esquecimento

De vidros erguidos

Numa terra de divididos

Considerados rebotalhos

Não conseguem trabalho

Invisíveis aos visíveis

Seguem imperceptíveis

Aos verdes e amarelos

Mostram-se nos vermelhos

De uma vergonha e sem compaixão

Que nos marca a mente e o coração

Até quando essa agressão

De portas fechadas

Que parece nunca se abrirão

Numa vida que prossegue

Cheia de mistificação

Daqueles que param a cada semáforo

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/06/2021
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