MEDO

Paisagens, aragens, vertentes,
Quantas possibilidades!
E a gente vive pela metade,
Ou nem isso,
“Descompasso, desperdício”,
Ofício de ser um limitado ente,
Medo bem presente no olhar,
Penetra... se conecta ao espaço,
Torna o horizonte baço.
E a gente recolhe a utopia,
Entristece a poesia,
Sente que vai naufragar.
A gente passa pela existência,
Sem usufruí-la com excelência,
Sem a cadência do traçado.
Ah! Medo desgraçado,
Não deixa a alma voar...