O CASEBRE DA ESTRADA

Forasteiro, que pela deserta estrada passa,
ao ver meu casebre, com a chaminé sem fumaça,
não estranhe, se não ver a lamparina acesa.
Durante a noite verá, que aqui reina a escuridão,
notará que esta morando comigo essa solidão,
não me chame, caminheiro, respeite minha tristeza.

Vai te parecer que ninguém mais mora aqui,
o único som que ouvirá, e o piado da jurutí,
que aqui ficou, no lugar de um antigo violão.
Caminheiro, ao ver meu casebre todo apagado,
lembre se que aqui está morto o meu passado,
esta tudo coberto, com um manto de recordação.

Caminheiro, não fica olhando para minha cabana,
não precisas saber, que esta comigo a sorte tirana,
continue andando, esse casebre voce nunca olhou.
Caminhe, respeite o silêncio de seu morador,
deixe o sozinho, está chorando por um amor,
deixe o, essa cabana também com ele já chorou.

Vá, caminheiro, continue com a sua jornada,
não olhe mais para a tristeza dessa morada,
veja que está sem vida até a silvestre flor.
Por longos dias não verá aqui nunhum clarão,
esta recusando a ascender, o meu humilde fogão,
todos estão respeitando a minha grande dor.

Forasteiro, que pela estrada está pasasando,
se ouvir o som de alguém que está chorando,
vá em frente,caminhe e deixa a casinha quieta.
Deixe a no silêncio, na solidão da curva sombria,
sobre a tristeza,no futuro poderá ler numa poesia,
por que o habitante desse casebre, é um poeta.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 18/08/2021
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