O Espinho e a Roseira

A roseira ainda na juventude

Conhece a dor, pois algo rasga sua carne

O espinho que cresce, dar o alarme

Agora ela vai conhecer a solicitude

Porém, não abandona o espinho, atitude

Ainda vê, se esvair seu futuro e charme

Mas, na esperança que arme

Da vida tem uma inquietude

O tempo fez o espinho forte e robusto

Já a roseira, está carcomida

E precisa do espinho, como arma pra vida

Toda via, o espinho acha injusto

Defender a roseira de outro arbusto

Mesmo depois de lhe dever uma partida

Que não consegue pagar, na medida

E nem consegue medir todo custo

Agora o espinho diz: sou dono de mim

Mas, não tem outra árvore pra ir

Nem seiva, pra se servir

Ser amputado, ele não quer esse fim

Proteger a roseira, não é demais assim

Era o dever, de natureza ele sentir

Como por instinto de agir

Mas, o espinho acha que é independente afim

Ele voltou sua ponta contra, a rosa

Ferindo-á e a deixando triste

Mais um caso, assim existe?

Numa relação tão amorosa

Nunca foi de mais, ouvir uma prosa

Mesmo assim, todo amor resiste

Ou depois da decepção, coexiste

Ser mãe e pai, é vida valorosa