Melodia triste com Trinta e Três Anos E Alguns Meses de Duração

Não sinto animo e não sei de onde tiro forças

Minha cama é convidativa ao sono eterno pela manhã

Não desejo conviver com pessoas sendo um mero pedaço

Queria ser uma versão completa do que sou

Vamos dançar o tango da morbidez!

A rumba dos amaldiçoados!

Não existe nada de belo no cerco de ferro onde me encontro

A jaula diminuiu de espaço, pelo menos perdi

Meio metro do meu mundo, constatando a falta de lucidez

Vocês não precisam de mim, já tem suas próprias impressões

Se já sabem quem eu sou apresentem-me a quem sou

Este cadáver pendurado por cordas amaria conhecer

O que eu deveria de fato ser

Amarrarei o cordão vermelho preso em meu dedo

E farei uma forca para o sonho do amor perdido

Consegue ouvir a fanfarra? A celebração?

Todos os que desejaram minha derrota comemorando?

Minha vida foi uma música em acordes menores

Preenchidas por notas dissonantes e tempos desarmônicos

Não houve ápice por não ter o ritmo certo

Tocada em instrumentos de cordas

No estilo de música condenada pelo clero

Não houve um crescendo e a progressão foi confusa

Terminando em um mero fade out quando se estendeu demais

Não é a mais bela canção a ser ouvida

Não tinha nela a paixão de quem queria compor

Pois, meu esqueleto meramente se move

No ritmo das batidas do encerramento

Existiria paixão se amor fosse uma realidade

Mas esta era uma música sobre egoísmo e lamento.

Psycho Vincent
Enviado por Psycho Vincent em 27/03/2022
Código do texto: T7482222
Classificação de conteúdo: seguro