Do outro lado,
do lado, onde pende
as dores,
numa calçada de amores
cheio de vãos;
corro prá ela
do lado de lá!
Se me viu foi por acaso,
sem querer, passei ali,
meio descompassado,
mais aflito,
em rever a calçada
dos solitários,
dos alados da meia-noite.
Encontrar, encontrei,
pedaços: daqui, daqui,
pedaços de espíritos,
aleijados de amores,
solitários de ansiedade.
E meditando no pórtico do tempo,
cheguei a final conclusão
- porquê não incisiva ? -
também sou parte disso
tudo.
Sou parte dos solitários
que alados voam
pela noite,
fingindo não saber
que o tempo já passou.
E minha
mesa de seda virou
alça dos sozinhos !