A tristeza de ser poeta

Meu coração absurdo e incompreendido

Escrito, lido e solitário

Cabisbaixo, vago

Sabe-se lá o que me foi pago...

Dor imaginária nas costelas

Sou um fantasma no meio da festa

O que eu sinto me devora

Eu estou do lado de dentro e todos lá fora...

Vivo um ano absorto

Retraído e esperançoso

Parece que vai acontecer tudo de novo

Como se o cérebro fosse se desprender do osso

Quero ir depressa mas o tempo é vagoroso

Meus pés querem voar mas estou presa no lodo

Dores nas mãos e vinho rançoso

Batidas lentas de um coração leproso

Saudade é deleite

Mas a dor no peito que me invade não é de enfeite

Há uma roseira espinhosa atravessada no meu peito

A melancolia me pegou de jeito

Parece até que eu tenho um coração do lado direito

Mas do que adianta essa dor tanta

Se eu não colocar pra fora

E não contar a minha história?

Luciana dos Anjos
Enviado por Luciana dos Anjos em 13/04/2022
Código do texto: T7494478
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