A ÚLTIMA CASA DA RUA

É a última casa, no final daquela rua,

que na noite, não tem nenhuma claridade,

somente ténue vulto, com o clarão da lua

suficiente, para iluminar uma saudade...

Está erma, silenciosa, e quase nada se vê,

e hoje, não abriu sequer uma janela...

Com seu enfeite, a linda árvore de ipê,

que está exuberante, com sua flor amarela.

Saudoso, estou aqui relembrando,

que nessa casinha, tambem já tive um dia...

E perante minha mente até vejo desfilando,

as rimas, de uma melancólica poesia...

Agora tão longe, de nossos calorosos abraços,

talvez, meu único poema que não rimou...

Foi ela, o início de meus inúmeros fracassos,

e por isso, olhando para lá novamente estou...

Coisa estranha, e dolorosa sensação,

muito difícil explicar o que a alma sente...

Mora lá, o acento da palavra solidão,

sepultada alí está, minha seca semente...

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 03/05/2022
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