Sou o circo, 
sou a hora, 
sou o desejo.

 

Sou pálido mas quente,

Pois hoje,sem tempo,
sou assim mesmo.


Sou tudo de nada 
apenas  o árido
faz meu terço.

 

Se tenho medo?
Tenho tanto medo
que deixo tudo para amanhã 
ou depois de amanhã, 
seria melhor.

 

Pois lá me deixo  esquecer,
já que depois de amanhã não chegou,
 e ficou tudo para ontem,
que acabou não existindo,
porque, a esperança
desapartada,
nada me leva a nada.


Pois meu texto é vesgo!

Sou mesmo prematuro
e  cheio de desejos.

 

Mas isso
foi depois de amanhã.
pois agora, no hoje,
é hora de chorar.

 

Mas, não !
Sou forte e
continuo a
remar !
à procura de
meu amor solto.

 

Parto agora
ou depois
- não tem hora -
mas vou,
pra praça de
quatro trevos!

 

Onde sentimento
tem nome de vidro
e amor é chamado
de ardose dos sofridos !

 

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 04/05/2022
Reeditado em 04/05/2022
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