Chuva na Estrada

As gotas se perdem em labirintos vítreos

Atingem o vidro veloz e tingem de espelhos

Trincam o panorama e o encaixa no pingo

A imensidão é maleável, cabe até em nós

Quem dirá no precipício das precipitações.

Minha tristeza cabe numa gota d'água

Quando as nuvens ligam o chuveiro

Aproveito para jorrar o triste no ralo

Dias desanuviados me nublam muito mais

Raio de sol sempre cai no mesmo lugar

Gosto quando nuvem eclipse fotografa

E o ronco celeste eclode no horizonte.