O LUTO DA DÚVIDA

Quando a morte leva quem se ama,

Dói forte demais lá dentro do peito.

Mesmo quando está no cronograma.

Só se pode aceitar o luto no respeito.

Mas, quando tudo é apenas incerteza.

Quem se ama só some sem rastro.

Você procura cheio de muita tristeza.

Sem saber se vivo ou morto o outro.

No começo a procura tem esperança.

Você acha que de repente vai aparecer.

Aguarda cada minuto na confiança.

Com o sentimento de que vai acontecer.

O seu dia é só de pensar em um milagre.

Que logo alguém na porta vai chegar.

Ou um telefonema ou mensagem alegre,

Vai o teu dia enfim, conseguir iluminar.

Mas, finalmente chega à noite sombria,

Sem mudança sobre o desaparecimento.

Dúvida e fé se misturam e te enebria.

O sono some e as lágrimas fazem o pranto.

As noites são longas e cheias de tristeza.

Os dias são automáticos e o aguardo apertado.

A vida continua, porém nada te embeleza.

Pois a falta de notícias te deixa estagnado.

O tempo passa, teu coração se fecha.

As lágrimas já não descem, ficam presas.

A esperança vai se afastando sem brecha.

E você luta para as expectativas ficarem acesas.

Não sei qual dor se faz maior.

Se a aquela que vem na morte certa.

Ou se a aflição da dúvida é pior.

E cheio de incerteza fica a incógnita.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 17/06/2022
Código do texto: T7539318
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