VAZIO

Minha voz ecoa no espaço

Espaçando-se numa reverberação

de pensamentos atônitos, frios

Feito a face morta de um ser triste

A tristeza é escura e fria, e aperta o peito,

Feito agulha pontiaguda, ferindo por dentro

Caladamente, e sem sossegar. não me deixa

Dormir, nem tampouco descansar.

As lembranças, como chuva de dardos inflamados

Percorrendo o céu, serpenteando os ares, fincam-se

No solo árido do meu coração amargurado. Não vejo

O dia, nem a luz, nem o sol que me ilumine.

Sinto a dor no peito, perfurando do profundo ao extremo

Como a noite vem varrendo a terra ao crepuscular do dia

Está onde minha alegria? Onde o meu terno riso, minha fantasia?

Nada há a não ser uma reflexão de tudo que um dia existia.

Procuro seu beijo, procuro seu carinho, procuro ate o encanto

Daquela alegria. Mas, onde estão? Para onde foram os abraços

Que aquentavam, os beijos, os afagos, a magia? Já não existem

Mais, não sabemos para onde se foram.

Guarde as lembranças, se puderes. Guarde ainda a memoria daqueles

Beijos que dispensaram o fogo que nos aquecia naquelas noites de frio

Guarde se o quiseres, o calor dos lábios, e as palavras de carinho do

Nosso leito encantado de amor, alegria e de paz.

Gesiel F. de Melo