TRINTA E DOIS

32 anos e ainda me vejo perdida

Não sei o que vim fazer aqui

Fico na espera de algo que não sei o que é

E que nem sei se virá.

Só sei que agora sou aquela que espera

E só espera, sem nem querer sair para viver

O que tem lá fora não me interessa

E o que tem aqui dentro de agonia.

Presa por uma corrente invisível que me prende

Aproveita que não quero e me aprisiona dentro de mim.

32 anos e ainda não sei porque estou aqui

Será que era minha sina viver infeliz?

Será mesmo que escolhi viver assim?

Sinto vontade de ter mais vida, mas nem isso depende mais de mim.

"Reaja!", eu escuto.

Me sinto uma inútil, pois nem escrever mais eu quero.

Que desperdício de vida com uma pessoa que não sabe viver.

Nada mais me dá prazer, sair para fingir é morrer.

Passo semanas sem nem colocar os pés fora de casa

Me sinto presa num casulo

Que minhas asas não conseguem romper, ou não querem.

E se não querem, por quê?

Aline Alves
Enviado por Aline Alves em 11/07/2022
Reeditado em 16/04/2023
Código do texto: T7557614
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