Sou da Córsega,
Mas não sou de vinho,
Sou belga e cosmopolita,
Mas não sou companhia
Nem de sussuros,
Nem de composturas.
Sou dono de
Vinte Muros
E Vinte Paredes.
Não sou de vidro
Nem de carmim.
Mas sou dono
de Vinte Muros
e Vinte Paredes.
Meus amigos olham ao largo,
Meus inimigos se invejam.
E todos enfeitados de pó,
E, atônitos, perguntam
ao porteiro da meia-noite,
que homem é esse ?
Uns dizem que não há sentido,
outros dizem que só pode ser,
aquele homem áspero e nostálgico
que plantou um dia na vida
uma bela rosa, e a bela
flor ainda está lá,
mas sozinha e amuada,
bem protegida por
Vinte Muros e Vinte Paredes !