São desejos meus, extrovertidos,
que formam casulos de desamparos,
e ordenam a imediata retirada
dos meus avessos e parecidos.
Formo par de descalsos,
é meu entrevero, na guerra particular,
entre a flor que adorna,
e a rosa que alço,
nos seixos de março.
De vez sou assim:
tenho o ceifo e o armênio,
sem causa própria.
Mas
sem nenhum propósito,
pois os dias fazem horas
e os minutos
me tornam milênios.
Pois não! Só ardem em mim!
Sou vista grossa mas não
entorto.
Sou parte da paisagem
mas não coleciono flores!
Cadê você?
Perdida de novo
dento do espírito calvo?
Largada dos bons deuses
que a toda hora renovo?
Se partiu, foi de graça,
ninguém pediu.
Alma universal vive agruras
de um tempo que nunca fui.
Borda em mim seu espaço.
Não custa costurar o perdão:
ele tem duas alças,
um cálice de vinho,
e uma ombreira
de vidas,
e,
renascem vindo e indo.
É a agonia dos seixos de março!
Me deixa cambaleante
de sentidos.
Sou pouco, mas fraquejo,
ao saber que recebi
um único beijo dado por amor.
Na hora, nem sabia,
pois havia adorno de cores
no tempo.
Que existia neste tempo,
o cântico de cada minuto,
de minha vida,
um mestral,
que dançava por saudade
e revogava amores !