Cada hora é meu espaço,
cada espaço conta tempo,
cada vago conta meu passado,
e cada um de ontem, ri alado
porque nunca fui desejado.

 

Agora, que é tempo do tempo,
ele faz de conta que é meu dono,
e não faço mais nada a não ser
purgar lento o ombro de espelhos.

 

Galope dos loucos!

 

Da pura solidão e dos
corcéis que, em redomas
coloridas, dançam o ato final,
de quem quis ser

seu,
mas só deixou a sua sombra.

José Kappel
Enviado por José Kappel em 18/08/2022
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