BARGANHA

Vê mar, me vesti de branco pra ti,

no embalo de tua onda eu quero ir.

Sentir teu sal aqui em minhas entranhas

a libertar-me de dores estranhas,

mas que são muito minhas conhecidas.

Misturar em ti, lágrimas perdidas

e, mais o tempo que apenas me arrasta

porque simplesmente sou de outra casta.

Aliás, eu já nem sei mais quem sou...

E, se tu me rejeitares, pra onde eu vou?

Se me aceitares, te darei essas flores.

Mas, por favor, leva de mim essas dores!