Dia difícil,
dia intranquilo,
dia sem bodas,
tudo corrido.
Até os pensamentos
ficam buliçosos,
mas nem por isso
perco meus ornamentos.
Os homens correm pra lá
e, depois, voltam, para o mesmo
lugar.
sSão atiços,
e escorrediços.
São meio antigos,
a bem do dizer - igual ao farelo
de trigo.
Dia diícil,
dia sem sol,
dia miúdo,
sem pároco,
sem pecados,
quase mudo.
Não é todo dia assim.
Tem dia que fala
por si: tem sol e árvores,
tem gente enfeitada de
panos
e milhões de mulheres
enluaradas, ainda no berço.
Ah! Tem entrada pra luz.
E pobre luz,
mal sabe, ela arisca,
que sua missão
na pobre vida
é acender e apagar.
Tudo construído
na minha propriedade
de benfeitorias de saudades.
Que faz um belo ornamento
de sinceridades.
Dizer assim fica difícil,
as coisas não são palpáveis,
senão, vejam, furadas!
Passo para achar alguma
fada,
mas medo tenho
de fadas muito fazeiras.
Corro ao largo, e furo
o bordo do vento.
Quero brincar de roda
mas e lá me vêem?
Um o outro suspeita.
Mas nem ouriçar a corda
eles me deixam.
Quero ver todos
e vejo todos.
Querem me ver
e me vêem sem forma
como um tolo.
Virei sombra neste mundo,
depois que ela partiu,
foi embora pra outro mundo,
e me deixou apenas um par de sono
e uma pérgula prá cuidar!
Assim, passo os dias,
com terrível premência de que,
o que era, deixou de ser,
e que foi, ainda vai nascer.
E falando a verdade,
entre tantas austeridades,
sei que hoje sou apenas
uma sombra no mundo.
Sou mais passageiro,
de trem antigo.
Ela quando me vê, toda se assanha!
Pois pedra corajosa
atrai pedra dengosa!